Fui pedir ao tempo, mais tempo.
Passamos a vida a perder. A perder tempo, pessoas. Perdemos a paciência e o amor próprio. Perdemos momentos e vivências, por medo, por qualquer coisa que nos ultrapassa, meros humanos. Passamos a vida entre o que devemos e não devemos fazer. Em parte da nossa vida devemos ser inocentes, na outra responsáveis e por fim devemos ser fáceis. Fáceis de levar, sem muitas dores nem sofrimentos. Devemos ser fáceis de moldar aos parâmetros da sociedade. Fáceis de encaixar em qualquer canto e sermos mudos e calados. Deixamos ir a criança que fomos noutra hora, deixamos ser o apaixonado jovem que outra hora fomos até que não temos o que relembrar, nesta mesma hora. Perdemos tempo a mais e vemos pessoas partirem sem saberem o que sentimos, gritamos mas já ninguém nos ouve. Perdemos tempo a ser orgulhosos, a pensar no que devemos amar, no que devemos ser, no que devemos defender. Perdemos tempo em tudo, menos naquilo onde devemos perder tempo. Devemos fazer o que ainda não fizemos. Devemo